O Simpósio Haroldo de Campos, neste ano, tem como motivação o ensaio de Haroldo de Campos Poesia e Modernidade: da morte da arte à constelação. O poema pós-utópico, publicado no livro O arco-íris branco. Neste importante texto, o poeta repensa a situação da poesia em sua trajetória de conflito com a modernidade e diante da constatação do descrédito do princípio-esperança das vanguardas.
Remontando sua reflexão à ideia romântica da “poesia universal progressiva”, Haroldo reconhece a prevalência contemporânea do princípio-realidade e contrapõe ao conceito de pós-moderno o de pós-utópico como uma maneira de conciliar sua percepção do horizonte do precário – uma época de crise das narrativas monológicas e pluralização das poéticas – com sua vocação internacionalista e sua poética sincrônica, tendo como método epistemológico a deglutição antropofágica. Uma questão subjacente ao texto é a da relação entre literatura e história e, mais especificamente, a da historiografia literária, tema que Haroldo abordou, de modo original e instigante, também em outros textos. No Simpósio, os palestrantes serão convidados a repensar as questões suscitadas pelo famoso ensaio a partir da experiência de hoje. Trata-se de discutir as possibilidades de renovação literária e cultural num mundo em crise civilizacional – situação, hoje, muito mais evidente que em 1984, quando Haroldo escreveu o ensaio.
Essa situação de crise inviabiliza, desautoriza, ou, ao contrário, potencializa a experimentação e a invenção na literatura? Trata-se, também, de debater como a invenção literária pode se referenciar em tradições literárias plurais e como se (re)escreve a história literária a partir do reconhecimento dessa pluralidade. Estas e outras questões serão debatidas neste encontro.
Confira a programação completa:
Dia 25 de setembro - Abertura
19h30: Haroldo e Octavio Paz: convergências e afinidadespor Celso Lafer
26 de setembro - Pós-utopia, antropofagia e crise 10h30: Museus de tudo por Celso Lafer 10h30: Antropofagia. Único sistema capaz de resistir quando acabar no mundo a tinta de escrever por Eduardo Sterzi
26 de setembro
14h30: O pós-utópico em questão por Antonio Risério
27 de setembro
10h30: A constelação e a noite: o térmita silencioso por Raúl Antelo
27 de setembro - Haroldo de Campos e a história literária 14h30: Constelações utópicas: reconhecimento e reinvenção no projeto poético de Haroldo de Campos por Diana Junkes
14h30: Perspectivas pioneiras: historiografia e cartografia (welt)literárias nas Galáxias de Haroldo de Campos por Jasmin Wrobel
Outras informações:
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